Não somos o tipo de demonstrar demasiado em público. Talvez por isso é que muita gente não sabe o que se sente. Há coisas que só a nós dizem respeito. Como já acontecia na amizade, a maioria das coisas que fazíamos durante dois meses só nós sabíamos e não contávamos a ninguém.



Desde o enviar de vídeos de cãezinhos, até comentar que no futuro iríamos ter uma casa cheia deles a continuar assim.




Passando pelo "fugir à rotina", até quando acabava alguma coisa que tivéssemos no coro e aproveitávamos para desanuviar, um com o outro. Quando estivemos juntos, houve um dia em que o primeiro a dizer amo-te foste tu. Com medo disseste antes "se eu te disser uma coisa não te chateias?", depois perguntei-te porque colocaste aquela questão ao que tu respondes-te "Lembras-te de ter falado dos medos? Tive medo da tua reacção. De te assustar. Tive medo que achasses que estava a ir longe demais...". Sim, a maior parte da coisas foram ditas e feitas pela primeira vez partindo de ideias tuas. E eu a pensar que quem gostava, e quem gostava mais, era apenas eu! Muitas das vezes chegavas a cassa e enviavas um Posso fazer-te uma pergunta? Quando é que vou parar de parecer um daqueles miúdos com um sorriso parvo a toda a hora. ou, dentro da mesma vertente, um Tenho um sorriso parvo que teima em não sair da cara! Porque o meu coração está sempre aos pulos quando estou contigo! Porque o tempo passa num ápice quando estamos juntos mas acima de tudo porque me sinto apaixonado como se tivesse outra vez 18 anos.



E o estar no "colo" um do outro, quando o mood não era o melhor - e até quando era bom - só ficávamos ali quando o outro estava mal e não quisesse sequer falar, até acabar por falar. Porque connosco é assim, eventualmente a gente fala.
Não há muito a dizer quando chego à cama, depois de um dia extremamente cansativo, com um sorriso do tamanho do mundo (e o emoji do nosso coração logo a seguir)



Aos lanches em que se faz o que mais gostamos, juntos, comer.






À nossa ida à terrinha, no meio do nada, com o grupinho. Fomos todos juntos, para a casa do teu tio, que era um casarão onde não tínhamos nada além de sossego. Ninguém sabia de nada, mas o pessoal não é burro e acabaram por perceber, eu de início fui relutante e não queria dizer que sim eles tinham razão nas desconfianças, mas tu deste o primeiro passo e quiseste dizer-lhes que estávamos a tentar algo sim. Dormimos os dois no mesmo quarto, sem nunca acontecer nada, mas Deus... Como eu dava qualquer coisa para sermos nós os dois deitados, aconchegados, entre gargalhadas a falar sobre tudo. Sentiamo-nos tão bem (tão nós), estávamos bem.
Depois disso foram várias as vezes que entre conversas ias soltando um suspiro e dizias "Ah, vamos voltar à terrinha?"



Juntos, o sorriso é fácil. Somos parecidos nisso, às vezes basta uma pequena coisa, uma pequena referência para nos fazer sorrir. O típico "vi isto e lembrei-me logo de ti", é mesmo muito nós!
E quando estava em baixo? Bastava mandar uma mensagem a dizer "estou mal"/"estou a chorar"/"estou farta disto" que perguntavas logo o que se passava e se no máximo em 15 minutos o meu discurso não tivesse acalmado lia um "vou ter contigo!", "porque?", "porque me apetece, desce". A necessidade de estar perto não é só minha, eu nas mensagens raramente pedia para me vir buscar (também porque sou capricórnio e é difícil demonstrar) mas a verdade é que ele acabava por vir.



O objetivo sempre foi ir com calma. Mas às vezes dávamos por nós a fazer planos como ir a concertos juntos e aproveitar para passar um fim de semana fora. Fazer um "interrail" pelos estádios da europa como tu dizias, não podendo faltar nunca o nosso tão especial Anfield de Liverpool.
Mensagens como "Quanto mais tempo estou contigo, mais tempo quero estar! E quanto mais tempo estou contigo mais gosto de estar. Estas a tornar-te um vício. Resumindo, adoro-te imenso, Nea", eu entre a resposta dizia algo como "Posso dizer o mesmo! But, não quero que "o que é demais enjoa" se aplique (o que é difícil mas tu entendes)!!" e a resposta incluía um "Não vai enjoar. O tempo parece que nunca é suficiente, parece sempre pouco. O que é muito bom!"
E acreditem que nunca fomos do tipo "colados", passávamos um bom tempo juntos mas não ao ponto de enjoar!
Lerdo, chegou a dizer-me Sabes o que me anda a apetecer ... ir passar um fim de semana contigo a algum lado. (...)  Tu és muito importante para mim *o meu apelido* [só usado por ele no meio de tanta gente].
Houve também uma vez em que eu disse que não acreditava que tudo isto estava mesmo a acontecer, ao que ele me disse "Sim, está mesmo a acontecer e devias de acreditar mais... precisas que te belisque?!". É o que eu disse, foram 3 anos dá-me tempo para me habituar depois de tanto tempo, secalhar às vezes é melhor. "Nea, secalhar?? Lamento desapontar mas eu não vou a lado nenhum!"

E se....
E se eu vos disser que ele foi?
 Que, como se diz nos dias de hoje, ele deu um ghost, saiu da minha vida? Se eu disser que tudo isto acabou..? Assim, mesmo como vocês estão a ler este post, de um momento para o outro. O amor deixou de o ser. Acabou.
Parece que nunca vamos voltar à terrinha, ao sossego... E nunca mais ninguém me chamou pelo meu apelido, e eu nunca mais usei o termo lerdo (como só usava com ele). Há coisas que serão sempre só nossas.

Doeu escrever este post, e o próximo, chorei muito... mas tinha de o fazer.

Deixámo-nos então ficar pelo parque de estacionamento, a falar para cima de uma hora. E estávamos novamente muito encostadinhos, de olhos fechados, só ali... um com o outro. Quando do nada eu sinto a sua respiração, e eis que ele faz o que não fez no dia anterior: Beijou-me. (Já estavam à espera, depois do que vos tenho contado não é? Eu confesso que estava, e ao mesmo tempo não estava!). A minha primeira reacção foi dizer "Ah, não!", ele puxou-me para ele abraçando-me e perguntou "Porquê?". Porquê? Porquê?! Ora talvez porque saíste de uma relação há uns meses, relação essa que me "deitou" abaixo quando tudo começou? Ou talvez por tudo o que temos vindo a falar, os abanões sobre "amor-próprio", sobre "não sabes não estar numa relação. tens de aprender a estar sozinho" que eu tenho dado? O meu "não querer ser nenhuma 'tapa buracos', alguém a quem simplesmente recorres agora que estás sozinho", ou "já sofri no passado, fui substituída, não quero sentir-me assim novamente", ou "e se te estás a atirar de cabeça novamente e depois te arrependes?", "não vamos estragar a amizade novamente"... Disse-lhe tudo isto, todas as minhas dúvidas, todos os meus medos, deitei mais uma vez cá para fora tudo o que tinha guardado nos últimos 3 anos.
Ele disse "Não vai acontecer nada disso. Já te disse, contigo eu sou eu! Vamos com calma... Eu sei que contigo, não terei uma 'coleira' não me vais impedir de ser eu mesmo, não haverá se's, e por isso é que vai ser diferente da 'última vez' que falas! Se quiseres contar a alguém, contamos, se não quiseres não contámos. Por mim, vamos com calma ver no que isto dá, até por ti... não quero que oiças bocas, mas acima de tudo não quero que acabes a sofrer Nea!"
Tive dúvidas durante dias e dias, pensava muito bem, mas lá está: os dias foram passando assim! Estava cada vez mais com ele, e adorava. Cada vez gostava mais dele, porque ele fazia-me sentir bem, ajudava-me quando eu precisava e eu a ele. Tornámo-nos o porto seguro um do outro, aquele refúgio de "quando tudo está mal, sabes que vai chegar aquela altura do dia em que estás com ele/a e fica tudo bem, nesse momento esqueces tudo o que tem feito estar mal e apenas sorris", sentiamo-nos bem um com outro, éramos nós a sermos nós mesmos. Sabem quando sentem que a outra pessoa vos completa? Sou eu e o Stiles, temos gostos muito parecidos e ao mesmo tempos somos tão diferentes. Daquelas pessoas que se lembram de ti e tu dela do nada? Uma imagem no insta, um vídeo ou frase no tt, uma música, lembra-nos do outro e enviámos logo.
Como sabem o verão é tempo de saídas, ir a churrascadas em casa de amigos, mas a gente arranja sempre um tempinho só para estar os dois. E ele fazia um esforço ainda maior do que eu (pensava ser impossível), talvez para compensar tudo o que me fez e se redimir, mas fazia... Estava sempre com ideias do que fazer, "vamos aqui quando sairmos de casa do L." ou "quando acabar a festa ficamos um pouquinho no carro a contar as novidades da semana um ao outro, visto que ainda não parámos e não tivemos tempo para conversar", até quando eu como elemento da direcção do coro não estava muito bem para fazer alguma coisa ele disponibilizava-se para "compensar" o que eu não tinha conseguido fazer essa semana! Houve um dia em que houve um pequeno stress numa saída do "grupinho" e o Stiles não gostou nada de certas atitudes (de outros) então ficou mal humorado toda a noite, chegou a falar mal para mim, claro que isto deu origem a toda uma conversa (mais uma longa e profunda) entre nós os dois que começou com um "desculpa, não devia ter estado mal humorado contigo" sim porque " tu não fizeste nada, pelo contrário só me tentaste fazer sentir bem e eu foquei-me no que não me fizeram de bom apenas". Minha gente, é este o mal do Stiles ele foca-se maioritariamente e a maior parte das vezes, no que não é bom, em vez do que não é mau depois as decisões partem desta sua maneira de pensar e... bom vocês devem imaginar os resultados!
Ele comigo é outro, é o Stiles a ser o Stiles que de melhor há, demonstra tudo o que tem de bom e tenta melhorar os seus defeitos e quando erra.
Houve um outro dia, nos inícios, em que eu me chateei com ele porque ele fez o que faz muitas vezes: contradiz-se, diz que vai fazer uma coisa e depois não a faz ou pior, faz o contrário! E eu mais uma vez falei, e falei sobre ele errar quando faz isso. Ele pediu desculpa e disse que falávamos melhor no dia seguinte (que não era estar com paninhos quentes, nem adiar a conversa, mas para não estarmos a falar de cabeça quente ser melhor noutra altura), que não quer piorar as coisas, outro mal dele! Muitas vezes tenta desviar-se porque sente que algo não está bem e prefere esperar um pouco para falar, foi o que eu disse no dia "não é a questão da altura! eu acumulo é no momento, fico com raiva e o nó na garganta é agora. amanhã já passou isso e o que eu tivesse a dizer já está "ultrapassado"". E a conversa continuou, eu falei em relação a tudo e não estava a querer dizer que tinha pensado bem e não queria continuar com ele... ele compreendeu parte do que eu disse, mas aposto que ainda assim estava a levar para outros caminhos. Eu no meio de tanta coisa disse "falar é fácil" e " estou a culpar-me a mim mesma, porque me coloco sempre neste lugar, com toda a gente. e acabo sempre lixada porque acredito demasiado". Nos entretantos, ele disse coisas como não quero errar contigo, sei que erros são cometidos mas não quero que eles levem a asneira e «acredita que não te quero iludir, desiludir ou prejudicar. A minha intenção lixar-te, nunca nunca! Tu não tens culpa de ser boa pessoa! Uma pessoa que acredita no bem e na bondade. Uma pessoa que ajuda quem gosta e está sempre lá. Tu és uma pessoa incrível e não te deves menosprezar.", e até «se algum dia te pisar, fizer algo que não gostes, por favor, peço-te por tudo dá-me duas chapadas/abanões e coloca tudo em pratos limpos! Faz-me ver as coisas como vês e conversa comigo, como estamos a fazer agora». I mean... como lidar??

«Tu sozinha és 1000000x melhor do que tudo o resto e deixas que pensem o contrário! Tu com uma 'vista de olhos' apercebes-te de mil e uma coisas que mais ninguém vê, estás sempre 10 passos à frente de tudo o resto...! Caramba Nea, abre os olhos e vê o quão especial és! Foi o que eu fiz!»
«Um conselho de um burro (que não tem segundas intenções a dizer-te isto): Se fores a tomar uma decisão com medo de sofrer então nunca viverás. A vida vai passar e vais ficar parada na estação. Às vezes, isto é tudo um salto de fé, uma montanha russa... O que estou a tentar dizer é: se tiveres medo de sofrer, nunca saberás se algum dia aquilo te faria verdadeiramente feliz. Arrepende-te do que fazes, não do que não fazes porque se não o fizeres, nunca saberás o desfecho.»

Nea: Eu tenho é de parar de esperar tanto das pessoas, é só isso. (...) Tu tens de parar de dizer certas coisas e depois fazer outras, por aí... não vou bater mais no ceguinho hoje.
Stiles: «Percebi o recado e trabalharei nesse sentido! Eu quero tornar-me melhor a cada dia. Por mim... porque quero ser uma melhor pessoa a cada dia! (...) É isso que eu quero, tornar-me uma pessoa melhor e sei que isso vai acontecer. Não por ti, não por quem me rodeia, por mim! Porque eu estando bem, sei que quem está à minha volta (tu se assim o desejares) está bem!» (nota-se muito a influência/energia Nea neste discurso?)

E quando me disse "tu não estás sozinha Nea"? Morri um bocadinho (como sabem esta frase marca muito a minha vida, e é algo que me faz lembrar o meu padrinho). Depois disto, repetiu a frase tantas, mas tantas vezes, que eu ficava com o coração apertado e cheio!

Estão a ver o tipo de conversa que a gente sempre teve? Mesmo quando éramos só amigos! Nós somos os dois do tipo fechado, que é raro falar e não "se abre" com qualquer um. Mas entre nós, sempre conseguimos "arrancar" do outro o que queremos, quem não é de falar passa a falar (imenso) tão bem, porque é simplesmente natural. Tenho com ele um à vontade que não tenho com basicamente ninguém, e sei que com ele acontece o mesmo, porque ele já me disse não sou eu que suponho! Mas, eu sinto-o, para além de ele dizer mil e uma coisas, eu sinto mesmo que o que 'sai dali' é verdadeiro e realmente sentido. Sempre fomos assim, desde o primeiro dia de amizade.
E essa amizade transformou-se em amor.

eu achava que sabia estar sozinha. e durante um tempo, quis iludir-me disto.

Deixem-me recordar-vos, que ele entrou num relacionamento tóxico, com uma amiga, e graças a isso o "grupo" ficou de pantanas, então para uns não se sentirem mal alguém acaba por sofrer as consequências e ser colocado de lado não é? É claro que eu, acabei por ser a colocada de lado porque havia gente muito mesquinha naquele grupo, que chegou a alegar que eu (eu!!) andava a causar mau ambiente por causa de tudo. Eu mal falava gente, e claro que ficava de cara trancada nas coisas e não falava com todos porque me senti atraiçoada (havia gente que sabia e não me dizia, houve gente que tomou partidos quando nem sequer haviam de ser tomados, éramos todos amigos), o próprio stiles combinava saídas para as quais eu era a única não convidada quando costumávamos sair todos, a Sophie ainda mais fazia isso! E isto criou um hábito nos outros, porque iam convidando os que estavam nas coisas (combinadas pelo stiles/sophie) e eu não fazia parte da maioria. Havia um grupo no messenger, do qual eu acabei por sair devido a toda a situação e porque: nós tínhamos uma tradição de dar prendas de aniversário conjuntas então começaram a haver situações de injustiça - eu fazia anos em Janeiro e eles não me deram nada, outra pessoa que já me lembro bem quem, também não deram nada - os meses foram passando e como eu andava revoltada com tudo e com todos manifestei o meu desagrado (assim como a Trish, que se mostrou de acordo comigo), isto gerou "discussão" toda a gente expressou o seu ponto de vista, eu entendi um pouco mas o que fiz? Saí do grupo. Resultado? Reforcei aquilo de combinarem coisas e eu não ser convidada. Aquele chat, sem mim, continuou super activo, combinava-se de tudo e eu... nem "cheta".

Ele travou o carro (felizmente a rua era pouco movimentada xD), e ficou a olhar para mim "Nea... não disseste isso". Continuou a andar, deixou-me em casa e já estava eu deitada quando recebo uma mensagem (testamento) que dizia algo como:

Eu sei, eu sei... Nos últimos 3 anos, muita coisa aconteceu e nem tudo (para dizer muita coisa) foram coisas boas! [...] Nem sempre fui correto contigo ao longo deste tempo e tenho noção disso! Nunca foi minha intenção excluir-te ou fazer-te sentir excluída, nunca, mas mesmo nunca quis isso! Infelizmente as coisas aconteceram desta forma MAS a partir de agora isso vai mudar!  

Tenho noção de como te fiz sentir e outra pessoa qualquer nunca mais me teria falado mas tu ficaste sempre lá. Afastaste-te, sim, como seria de esperar mas nunca foste embora e acho que aquela amizade de há muito tempo sempre ficou e não tenho palavras para te agradecer todo o apoio, toda a preocupação, todos os puxões de orelhas", tudo o que fizeste (principalmente depois de tudo o que passaste! Dou-te muito valor e NUNCA te esqueças disso.  

És uma rapariga incrível Nea, não deixes que digam o contrário. Acredita em ti mesma, confia em ti e naquilo que és! És muito mais daquilo que pensas! Nunca mais quero ouvir aquilo que disseste há pouco! De agora em diante, não serás excluída de nada, nem que te leve por uma orelha...!  

Dou-te permissão para usares este texto contra mim se algum dia assim o justificar (sei que não será necessário 😌). Houve, uma vez, uma pessoa sábia que disse "felicidade não é uma questão de ser mas sim uma questão de estar"! Espero que estas palavras (e com o tempo as atitudes vão confirmá-las) te ajudem a estar feliz por muito tempo!

"Lembras-te quando disse que tinha em ti uma amizade para a vida? Foi das poucas vezes na minha vida inteira que não me enganei."

;))

«(...) tudo, na vida, é uma questão de equilíbrio. Mesmo que o melhor da vida seja o caminho - e não o fim. É um paradoxo mas é a verdade: mesmo que o melhor da vida seja o desequilíbrio que queres derrotar, tudo, na vida, é uma questão de equilíbrio. Eu, todos os dias, continuo à procura do meu. Sem temer, todos os dias, vezes sem conta, cair. Ou pensavas que as manchas negras na minha pela eram do sol?»

Mais um do grande Pedro Chagas Freitas, do livro "Eu sou Deus", um livro que tenho lido no meu ritmo, aos bocadinhos de cada vez. E estou a adorá-lo assim!

« Podia dizer-te que tudo vai ficar melhor, que tudo vai correr bem com esta bosta de país, com esta merda deste mundo, com este nojo desta sociedade, com este excremento chamado economia. Podia dizer-te que sempre que o Homem esteve em crise ficou melhor Homem, que sempre que o Homem bateu no fundo chegou mais alto. Podia ainda dizer-te que é sob pressão que mais se fala ao coração, que mais se sente a emoção. Podia fazer-te acreditar que acredito que é possível dar a volta, que é possível mudar a sorte - porque a sorte, por sorte todos o sabemos, não é mais do que a competência de quem gere o destino. Podia fazer mil e uma coisas, dar-te mil e um conselhos, mil e uma palmadinhas nas costas. Mas não: prefiro dizer-te, como te disse, para respirares. Para sentires o que tens e o que não tens como provas indubitáveis de que tens tudo aquilo de que precisas. Porque, no fundo tudo aquilo de que precisas é um corpo para respirar e um mundo para viver. Pode ser uma merda, pode não valer a ponta de um corno. Mas é o mundo: o teu mundo. Aproveita-o. E respira. Até que te falte a respiração. »